Como novas linhas de trabalho foram se agregando a Umbanda


As religiões abstratas lutavam contra os cultos da natureza, dizendo que eram pagões, porque queriam controla-los dentro de um Templo. Essas religiões foram sendo sufocadas e desaparecendo do lado material, mas permaneceram vivas no Astral.

Sendo a Umbanda uma religião natural, viram nela a oportunidade de voltar a cultuar Deus na natureza, pois queriam um trabalho ativo e encontraram na umbanda a oportunidade de exercerem sua religiosidade.

Viram em Xangô a Divindade Agni, em Ogum a Divindade Áries e passaram a adaptar seus cultos e simbolos à Umbanda, abrindo novas "linhas de trabalho", isto é, uma forma de trabalhar dentro da Dinâmica Umbandista.

SULTÃO DAS MATAS - viveram no oriente e cultuavam agni
ÁGUIA BRANCA - PANTERA NEGRA - indios da américa do norte
PEDRA NEGRA - FLECHA BRANCA - dE outraS civilizações como Maias e Astecas

A Umbandaé uma religião MONOTEÍSTA, possue um Ser Supremo (Deus/Olorum) e cultua suas Divindades (Orixás)

Outros povos, ávidos em trabalhar, também aderiram a Umbanda como os CIGANOS (seu povo não permitia a incorporação) e os NEGROS (incorporavam apenas os Orixás, espiritos eram "eguns).

Outros povos e culturas foram se agregando e formando a extensa linha de trabalho que temos na Umbanda, seja ela grande (pretos-velhos, caboclos) ou pequenas e pouco utilizada por algumas casas como os CANGACEIROS.

Assim se formaram as linhas de trabalho da Umbanda e que são, por enquanto, essas:

PRETOS-VELHOS
CABOCLOS
ERÊS
BAIANOS
BOIADEIROS
MARINHEIROS
SEREIAS
CIGANOS
EXU
POMBA-GIRA
EXU-MIRIM

As linhas de Erês, Exu-Mirim e Sereia são formadas por elementais

Outras linhas são pouco utilizadas e constumam baixar no terreiro junto com linhas afins, como:

MALANDROS
PAJÉS
GUERREIROS AFRICANOS
CANGACEIROS

Umbanda - Uma religião natural


A Umbanda é uma religião natural de culto às Divindades de Deus na natureza e vê Natureza como algo Divino.

RELIGIÕES ABSTRATAS - por exemplo o cristianismo e o islanismo que buscam Deus no "Templo" de forma intelectual, mentalmente, através de um pontífice (quem faz a ponte entre Deus)

RELIGIÕES NATURAIS - Buscam Deus dentro de nós mesmos e na natureza, podem se unir em um Templo mas não procuram Deus dentro dele.

Vemos Deus na sua criação, nas matas, nas cachoeiras, nas montanhas, lagos, mares... e também O vemos nas Divindades que as regem e as mantém e que foram criadas por Ele, sustentando a sua vibração. Estes locais são como a "casa" das Divindades, onde suas vibrações são mais fortes. São Portais Divinos.

Se não pode com Manginga não carregue um Patuá


Muitos negros cativos vieram da região norte da África onde muitos haviam se convertido ao Islã e se tornado mulçumanos.Os escravos os chamavam de Malês, Mulçumês, Haussas e Mandingas.

Para eles só existia Alá e o profeta Muhamed. Por saberem ler e fazer contas, os Senhores de escravos o pegavam para serem Capitães do Mato, pois achando todos os negros pagões não iriam acobertar suas fugas. Como todo mulçumano, deviam rezar 5 vezes por dia voltados para Meca, assim, amarravam seus cavalos, ajoelhavam no chão e começavam a rezar. Os escravos, vendo este ritual, achavam que eles eram feiticeiros e por isso eram tão temidos e respeitados pelos seus senhores.

Quando um escravo via um Mandinga ajoelhado e falando palavras que eles não entendiam pensavam que eles estavam conjurando um feitiço e diziam que eles estavam "mandingando"

Os mandingas andavam com um colar no pescoço com um saquinho pendurado onde colocava trechos do Alcorão. Por sua cultura Africana era como se naquele saquinho estivesse assentado Alá e costumavam "dar de comer" a ele, colocando sementes, ervas e pedras dentro do saquinho. O nome desse saquinho era PATUÁ e os negros escravos achavam que era isso que os protegiam de tudo.

Quando um escravo queria fugir, fazia um saquinho igual, aprendia algumas palavras do dialeto mulçumano, colocava o Patuá no pescoço e ia embora, se fazendo de Mandinga.

"SE NÃO PODE COM MANDINGA NÃO CARREGUE UM PATUÁ"

Os mandingas eram muito crueis com os pagões que se faziam passar por mulçumano

A Origem da Umbanda no Astral


Na colonização do Brasil, havia muitos escravos, indios e europeus que não precisavam mais encarnar, espiritos ascencionados que queriam encarnar apenas para ajudar os seus que aqui sofriam. Os negros vinham como sarcedotes para ajudar na resignação de seu povo, os indios para ajudarem na adaptação de suas tribos e alguns europeus (como o Padre Manoel da Nóbrega) para "frear" as crueldades cometidas com estes povos.

Quando desencarnavam, iam para uma dimensão "acima" do Brasil, em sua contra-parte espiritual e juntos foram formando uma grande egrégora com o intúito de ajudar aqueles que aqui ainda estavam encarnados. Essa egrégora cresceu muito e do Alto veio a ordem de criarem uma nova religião. Espiritos iluminados já haviam encarnado na Terra com a missão de conhecer o sofrimento, desencarnar e formar esta grande egrégora.

O objetivo do astral era criar uma nova religião usando as essências e rituais milenares unidos com a magia. O solo brasileiro foi escolhido porque um novo circulo social e cultural estava se formando devido a mistura de raças e crenças e encontrou nessa grande egrégora de espiritos brasileiros a afinidade e a disposição para a grande empreitada e assim espiritos afins foram se unindo nessa nova Religião.

Quando um indio desencarnava encontrava seus "herois" na egrégora e se juntavam a eles para trabalharem juntos. Araribóia, Ubirajara, João da Mina, Ubiratam, Iracema eram alguns desses "herois".Assim foi se formando as falanges.

As primeiras linhas de trabalho foram formadas pelos iluminados (indios, sarcedotes e missionarios), mas além dos negros e dos indios haviam diversos espiritos de religiões que se fecharam, como os celtas, druidas e etc... que encontraram nessa nova egrégora uma oportunidade de trabalharem pois cultuavam a natureza e as divindades (Sultão da Matas - era um hindu que cultuava Agni). Assim foram se formando novas linhas de trabalho como os baianos, pretos-velhos, boiadeiros e etc...

Depois destas correntes estarem estruturadas no Astral, com fundamentos próprios e práticas milenares, alguns terreiros de candomblé começaram a incorporar alguns caboclos e pretos-velhos mas foi durante uma sessão espirita, no dia 15 de novembro de 1908 que através do médium Zélio Fernandino de Moraes o Caboclo das 7 Encruzilhadas verbalizou que estava fundando uma nova religião: A UMBANDA

A Influencia Kardecista


Era 1850 e o cristianismo era muito forte na França. O Objetivo do Astral era passar e criar uma doutrina que deveria ser aceita naquela época e naquele local. Se fosse aberto conhecimentos mais profundos, como magia e mistérios, seria muito dificil de ser aceita e difundida, devido aos grandes dogmas cristãos existentes na época.

O Objetivo era doutrinar, e assim foi feito, tudo voltado para os ensinamentos de Jesus Cristo, pois estavam em solo cristão. A Doutrina cristã já estava em prática, agora restava abrir a doutrina cristã à luz dos espiritos. Se fosse em Israel seria Alá na Luz dos Espiritos.

Antigamente os cristãos acreditavam em reencarnação (A Igreja era muito politizada e o Rei muito influente dentro dela. Lá pelos anos 500, uma Rainha não aceitava a ideia de que em outra encarnação poderia não ter sido Rainha ou ter sido pobre e influenciou a igreja a rejeitar a reencarnação).

O Kardecismo foi inserido dentro de uma época e de um contexto cristão.

A Grande disseminação do Kardecismo no Brasil foi por causa do grande médium Chico Xavier. Ele foi além dos ensinamentos de Kardec.

Nos 5 livros da doutrina kardecista o estudo se atém à dimensão humana espiritual e mesmo assim não desce muito no grau vibratório, descreve apenas até o 3 ascedente e o 3 descedente(verticalmente). Nosso lar se situa no 3 grau ascedente.

Chico Xavier em seus livros descreve quase todos os níveis positivos e negativos e ainda descreve dimensões extra-humanas, indo além do descrito na literatura de Kardec.

No livro "Libertação" ele descreve o 7 grau descedente (negativo).

No 5 grau ascedente não há mais corpo plasmado, apenas luz.

No 5 grau descedente o corpo plasmado é tão denso e deformado que o espirito não mais possue um corpo humano, pois de desumanizou.

Tanto no Kardecismo como na Umbanda a mediunidade e a realidade espiritual são as mesmas, oque as difere são suas estruturas religiosas.

Os Babás



BABALORIXÁ – Babá (Pai) – Pai de Santo – Pai no Culto de Santo
YIALORIXÁ – Yia (Mãe) – Mãe de Santo – Mãe no Culto de Santo
São os Sacerdotes e Sacerdotisas que preparam uma pessoa para o culto do santo com a orientação e incorporação.

BABALOSSAIN – Pai no Culto de Ossain
Sacerdote que estuda as ervas desde criança, o Sacerdote da cura vegetal, o que indica a erva e o banho certo para cada pessoa

BABALAWO – Pai do Conhecimento, Sacerdote de Orumilá (Divindade que responde pelo oráculo - Ifá no candomblé), Sacerdote do Oráculo

A Umbanda usa a denominação de Sacerdote e Sacerdotisa para as pessoas preparadas para transmitir os conhecimentos da religião.

As raizes Africanas


A África inteira era dividida por tribos, nações de culturas diferentes, que estavam sempre em guerra umas com as outras. Quando uma nação ganhava a guerra, aprisionava e escravizava os sobreviventes das tribos perdedoras.

Quando os Europeus chegaram na África viram o costume das tribos de terem escravos e em negociação com os Reis das Nações, os trocavam por mercadorias, principalmente por aguardente .

Assim os europeus começaram a financiar algumas guerras para receber em troca bastante escravos.

O trafico de escravos passou a ser muito lucrativo, os Navios Negreiros chegavam lotados de mercadorias baratas e saiam lotados de escravos, que no mercado passou a valer muito.

Os Reis Africanos também ganhavam muito com o tráfico, pois recebiam mercadorias, armas e poder sobre as outras nações.

Nos Navios negreiros, os negros de várias nações eram misturados para que se antagonizassem entre si e não se revoltassem entre a pequena tripulação.
A Igreja apoiava a escravidão dizendo que era uma benção para aqueles pagãos poderem ser batizados e catequizados.

Na África havia uma grande guerra entre a nação Jeji e a nação Nagô. O Rei Guenzo, de Jeji, escravizou uma nação nagô inteira, a nação de Ketu, juntamente com o seu Rei, príncipes, princesas e sacerdotes. Eles foram negociados com os europeus que os trouxeram para a Bahia.

NAGÔ – tronco cultural com muitas nações, cada uma cultuava uma Divindade diferente de origem Nago e nome Yorubá
DAOMÉ – cultura Jeje – Lingua Fom - cultuavam o Vodum (culto aos ancestrais)
ANGOLA – Cultuavam as Divindades de origem Inkice – língua Kimbundo

Na Bahia predominava os Nagôs, no Rio de Janeiro os Angolanos.

Já no Brasil, os escravos de várias nações se misturavam nas fazendas e por estarem na mesma situação e sofrimento começaram a esquecer suas rivalidades.

O Governo, tentando evitar uma revolta, decretou que nos Domingos os escravos poderiam manifestar suas religiosidades. Jeje e Nago tinham maneiras muito parecidas de cultos, sendo que o núcleo dos Nagos tinham um maior numero de sarcedotes escravizados.

Começaram a abrir o culto todos juntos, depois de rezarem para Olorum, chamavam um orixá de cada vez, Oxóssi para os Ketus, Xangô para os Ioió, Oxum para Ijexá e assim por diante. Enquanto os filhos de Oxossi cantavam e dançavam para o seu ancestral, os outros apenas saudavam e respeitavam, aguardando a sua vez. Daí o costume de apenas os filhos daquele orixá reverenciar o Pai.

Desta mistura surgiu o Candomblé, pois cada nação foi aprendendo a cultuar os outros orixás.

OXALÁ - Nação Ile Ifé
XANGÔ - Nação Oyó
OGUM - Nação Ir
YEMANJA - Nação Abeokutá
IANSÃ - Nação Irá
OXÓSSI - Nação Ketu
OXUM - Nação Osagbó
OXAQUIAM - Nação Egigbó
OXALUFAN - Nação Ifon


Os Jejis mantiveram sua cultura na Maranhão, onde eram mais numerosos – O Tambor de Mina, com rituais voduns e para a família da encantaria ou encantados (índios, boiadeiros, encantados do mar, das matas, etc...). Faziam muita Magia negra.
A “Maneira Ketu de ser” na Bahia é menos flexível por causa da cultura Nagô que apenas cultua os orixás, sendo que todo o resto é Egum (espírito de mortos) . Quando eles abriam os trabalhos, os jejis viam que seus Voduns eram muito parecidos com os orixás, nascia assim o primeiro sincretismo VODUM -ORIXÁ.

JEJI X NAGÔ

VODUM - ORIXÁ
MAWU - OLORUM
LEGBÁ - EXU
GU - OGUM (em Ir)
SAPATA- OMULU
HORO - IBEJI
AGE - OXÓSSI
SOBO - XANGÔ
AZIRI - OXUM
LISA - OXALÁ
PAM - OXUMARÊ

O Sincretismo católico nasceu para “encobrir” a religiosidade africana, os escravos colocavam um otá dentro de uma imagem de santo com as mesmas qualidades de seus orixás, colocavam em seus altares e diziam aos seus senhores que estavam “cultuando o santo” da maneira africana, isto é, cantando, dançando e fazendo oferendas. Quando o escravo incorporava o orixá diziam que o “santo baixou” na pessoa.

Os Angolanos, na sua maioria escrava no Rio de Janeiro, eram mais flexíveis, incorporavam todos os tipos de espíritos e faziam muita magia e por serem menos rigorosos, passaram a “vender magia” após a abolição. Daí surgiu o nome de “macumbeiros (macumba é uma arvore e também o nome de uma dança ritual) e “macumba” (oferenda feita por eles)

“Todos os que vêem Deus na natureza fazem oferendas e magias “ o que os portugueses diziam ser fetiches (feitiços)

Os escravos começaram a se vingar através das magias, daí o tom pejorativo da palavra, pois todos tinham medo de receber uma macumba em sua porta.


A Diferença entre os Orixás Africanos e os Orixás da Umbanda é apenas no modo de cultuá-los, pois a essência são as mesmas.

Na Umbanda também cultuamos a encantaria e incorporamos os encantados ( espiritos que desencarnaram, por exemplo Mariana - Cabocla da Umbanda e Encantada no Vodum)