As raizes Africanas


A África inteira era dividida por tribos, nações de culturas diferentes, que estavam sempre em guerra umas com as outras. Quando uma nação ganhava a guerra, aprisionava e escravizava os sobreviventes das tribos perdedoras.

Quando os Europeus chegaram na África viram o costume das tribos de terem escravos e em negociação com os Reis das Nações, os trocavam por mercadorias, principalmente por aguardente .

Assim os europeus começaram a financiar algumas guerras para receber em troca bastante escravos.

O trafico de escravos passou a ser muito lucrativo, os Navios Negreiros chegavam lotados de mercadorias baratas e saiam lotados de escravos, que no mercado passou a valer muito.

Os Reis Africanos também ganhavam muito com o tráfico, pois recebiam mercadorias, armas e poder sobre as outras nações.

Nos Navios negreiros, os negros de várias nações eram misturados para que se antagonizassem entre si e não se revoltassem entre a pequena tripulação.
A Igreja apoiava a escravidão dizendo que era uma benção para aqueles pagãos poderem ser batizados e catequizados.

Na África havia uma grande guerra entre a nação Jeji e a nação Nagô. O Rei Guenzo, de Jeji, escravizou uma nação nagô inteira, a nação de Ketu, juntamente com o seu Rei, príncipes, princesas e sacerdotes. Eles foram negociados com os europeus que os trouxeram para a Bahia.

NAGÔ – tronco cultural com muitas nações, cada uma cultuava uma Divindade diferente de origem Nago e nome Yorubá
DAOMÉ – cultura Jeje – Lingua Fom - cultuavam o Vodum (culto aos ancestrais)
ANGOLA – Cultuavam as Divindades de origem Inkice – língua Kimbundo

Na Bahia predominava os Nagôs, no Rio de Janeiro os Angolanos.

Já no Brasil, os escravos de várias nações se misturavam nas fazendas e por estarem na mesma situação e sofrimento começaram a esquecer suas rivalidades.

O Governo, tentando evitar uma revolta, decretou que nos Domingos os escravos poderiam manifestar suas religiosidades. Jeje e Nago tinham maneiras muito parecidas de cultos, sendo que o núcleo dos Nagos tinham um maior numero de sarcedotes escravizados.

Começaram a abrir o culto todos juntos, depois de rezarem para Olorum, chamavam um orixá de cada vez, Oxóssi para os Ketus, Xangô para os Ioió, Oxum para Ijexá e assim por diante. Enquanto os filhos de Oxossi cantavam e dançavam para o seu ancestral, os outros apenas saudavam e respeitavam, aguardando a sua vez. Daí o costume de apenas os filhos daquele orixá reverenciar o Pai.

Desta mistura surgiu o Candomblé, pois cada nação foi aprendendo a cultuar os outros orixás.

OXALÁ - Nação Ile Ifé
XANGÔ - Nação Oyó
OGUM - Nação Ir
YEMANJA - Nação Abeokutá
IANSÃ - Nação Irá
OXÓSSI - Nação Ketu
OXUM - Nação Osagbó
OXAQUIAM - Nação Egigbó
OXALUFAN - Nação Ifon


Os Jejis mantiveram sua cultura na Maranhão, onde eram mais numerosos – O Tambor de Mina, com rituais voduns e para a família da encantaria ou encantados (índios, boiadeiros, encantados do mar, das matas, etc...). Faziam muita Magia negra.
A “Maneira Ketu de ser” na Bahia é menos flexível por causa da cultura Nagô que apenas cultua os orixás, sendo que todo o resto é Egum (espírito de mortos) . Quando eles abriam os trabalhos, os jejis viam que seus Voduns eram muito parecidos com os orixás, nascia assim o primeiro sincretismo VODUM -ORIXÁ.

JEJI X NAGÔ

VODUM - ORIXÁ
MAWU - OLORUM
LEGBÁ - EXU
GU - OGUM (em Ir)
SAPATA- OMULU
HORO - IBEJI
AGE - OXÓSSI
SOBO - XANGÔ
AZIRI - OXUM
LISA - OXALÁ
PAM - OXUMARÊ

O Sincretismo católico nasceu para “encobrir” a religiosidade africana, os escravos colocavam um otá dentro de uma imagem de santo com as mesmas qualidades de seus orixás, colocavam em seus altares e diziam aos seus senhores que estavam “cultuando o santo” da maneira africana, isto é, cantando, dançando e fazendo oferendas. Quando o escravo incorporava o orixá diziam que o “santo baixou” na pessoa.

Os Angolanos, na sua maioria escrava no Rio de Janeiro, eram mais flexíveis, incorporavam todos os tipos de espíritos e faziam muita magia e por serem menos rigorosos, passaram a “vender magia” após a abolição. Daí surgiu o nome de “macumbeiros (macumba é uma arvore e também o nome de uma dança ritual) e “macumba” (oferenda feita por eles)

“Todos os que vêem Deus na natureza fazem oferendas e magias “ o que os portugueses diziam ser fetiches (feitiços)

Os escravos começaram a se vingar através das magias, daí o tom pejorativo da palavra, pois todos tinham medo de receber uma macumba em sua porta.


A Diferença entre os Orixás Africanos e os Orixás da Umbanda é apenas no modo de cultuá-los, pois a essência são as mesmas.

Na Umbanda também cultuamos a encantaria e incorporamos os encantados ( espiritos que desencarnaram, por exemplo Mariana - Cabocla da Umbanda e Encantada no Vodum)

2 comentários:

  1. eu sou de YEMANJA mais nunca trabalhei com ela eu queria trabalha com ela mais nao sei como começar

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